Fluxo de consumidores em lojas físicas cresce 28% em janeiro
27/03/2023
De acordo com levantamento do IPV (Índice de Performance do Varejo), organizado pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fluxo de visitantes em lojas físicas cresceu 28% no primeiro mês de 2023. O mesmo também aconteceu com os Shopping Centers que, por sua vez, receberam 18% a mais de pessoas em relação ao mesmo mês do ano anterior. Entre os tipos de estabelecimento, as lojas situadas na rua tiveram alta de 21% e as localizadas dentro dos centros comerciais tiveram acréscimo de 17% na comparação com 2022.
As vendas tiveram sincronismo em relação ao fluxo: no geral, 32% a mais de faturamento em relação ao ano passado, considerando a alta de 40% em lojas de rua e de 16% em lojas de shoppings. Situação semelhante com a quantidade de cupons, o que mostra que os consumidores não só compraram mais, como também gastaram mais.
E esse crescimento, tanto em volume de visitas, quanto em vendas, se refletiu por todas as regiões do Brasil. Ainda que exclusivamente a região Norte tenha apresentado queda de 7% no fluxo de lojas físicas em relação a janeiro de 2022, o Sudeste, por exemplo, teve alta de 38%, seguido por crescimentos de 2 dígitos em todas as demais regiões. No caso do Nordeste, o faturamento foi 42% maior na comparação com o mesmo período.
Entre os segmentos, que agora seguem a mesma classificação divulgada pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), os 5 dos 6 setores mapeados pelo índice mostraram acréscimos no fluxo de visitas no comparativo anual, com queda concentrada de -28% apenas em “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação”. Os destaques positivos foram “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (+53%) e “Tecidos, vestuário e calçados” (+41%). Ambos também apresentaram alta tanto em quantidade de cupons quanto em faturamento nominal: 42% e 39% respectivamente para o primeiro segmento e alta de 6% e 5% para o setor seguinte. Já o segmento “Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”, contou com alta de 2% no volume de cupons e de 5% para o faturamento nominal, indicando possível pressão inflacionária.
Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o cenário político no Brasil deve se estabilizar nos próximos meses, e o varejo pode pegar essa carona. “Com a tomada definitiva do novo governo, a tendência é que o mercado também aproveite os aspectos positivos”.
Os dados são provenientes das empresas FX Data Intelligence, plataforma de monitoramento da jornada do consumidor e da performance da operação no varejo físico; F360°, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas; e Harmo, plataforma de feedback intelligence, que integra gestão de reputação on-line de estabelecimentos off-line – todas investidas da HiPartners.
O estudo é chancelado pela 4intelligence, empresa que desenvolve plataformas de inteligência para o mercado B2B e que também é responsável pela metodologia das análises, garantindo mais equilíbrio ao estudo e agregando outros índices para ratificar a sinergia com distintos benchmarks do mercado, como a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio).
“Ainda que diante de um início de ano positivo em relação aos dados do IPV, a agenda dos varejistas está cada vez mais voltada para eficiência, visando garantir redução em custos operacionais e aumentar a consolidação da base de clientes já existente. Vemos nitidamente uma retomada, mas que ainda deve ser tratada com cautela diante dos desafios externos”, afirma Flávia Pini, sócia da HiPartners.
O presidente da SBVC, Eduardo Terra, ainda reforça que “o contraste de janeiro deste ano versus do ano anterior mostra um crescimento grande, já que em Jan/22 vivíamos o pico da variante ômicron que fechou muitas lojas e afastou os clientes do varejo físico. Temos em Jan/23 uma volta definitiva do fluxo nas lojas físicas e que a partir de agora, nossos desafios estão no crédito e na confiança dos consumidores para termos um ano de evolução no varejo brasileiro”.
Confira outros destaques do levantamento do IPV em janeiro de 2023:
1. As lojas das regiões Nordeste e Sul registraram o maior crescimento de vendas, ambas com 35%.
2. No fluxo de visitantes, a região Sudeste teve o maior aumento, com salto de 38% em lojas físicas.
3. Os shopping centers da região Nordeste registraram a maior alta no fluxo de consumidores no comparativo anual, com 19%.
4. A categoria “hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” teve a menor alta, com crescimento de apenas 2%.
(Fonte: Cosmetic Innovation, 20 de março de 2023)