Mercado pet deve crescer 13% em 2020, puxado por pet food e produtos veterinários
18/12/2020
Concluído o 3º trimestre de 2020, o mercado pet brasileiro apresenta projeção de crescimento de 13,5% em 2020 em relação aos números de 2019. Os dados são do IPB – Instituto Pet Brasil e dão conta de um faturamento previsto para R$ 40,1 bilhões até o final deste ano. A cifra é 6,88% maior do que aquela projetada nos primeiros seis meses de 2020. Pet food e produtos veterinários lideram, com alta de faturamento de, respectivamente, 22,5% e 16%.
Para o cálculo, o IPB diluiu as compras por comércio eletrônico nas categorias por tipo de produto ou serviço. Com a abertura do comércio e flexibilização das medidas de combate a pandemia, o crescimento do comércio eletrônico foi perdendo força e se adequando ao novo cenário.
Agora, a previsão deste segmento, contabilizando os três trimestres, passou a ser de 11,1% de crescimento. “As lojas e clínicas veterinárias se adaptaram ao e-commerce, mas entendemos que, passados os primeiros meses da crise do coronavírus, os consumidores voltaram a comprar em volume convencional nas lojas físicas”, avalia o Presidente-Executivo do IPB, Nelo Marraccini.
Chama atenção, também, o número positivo em relação aos serviços gerais (alta projetada de 10,4%) e venda de animais direto do criador (12,1%) dois segmentos que haviam apresentado queda durante o 1º tri de 2020, e mostraram recuperação robusta, o que afeta positivamente a projeção.
Em relação ao market share de cada segmento, pet food representa 50% das vendas, seguido por venda de animais direto dos criadores (12,1%), pet vet (11,8%), serviços gerais (10,4%), serviços veterinários (10,3%) e pet care (5,6%).
Balanço 2019
O setor pet brasileiro permanece como um dos principais mercados de todo o mundo para produtos e serviços para animais de estimação. De acordo com o Instituto Pet Brasil, somados os faturamentos da indústria, serviços (veterinários e gerais) e da venda de animais em 2019, o crescimento foi de 3% em relação ao ano anterior. O total calculado é de R$ 35,4 bilhões. Em 2018 o mercado cresceu 4,6% em faturamento e chegou a R$ 34,4 bilhões.
“Apesar das turbulências econômicas o setor se manteve resiliente. Por ser bastante pulverizado, a rede de varejo permite que sempre haja um estabelecimento pet perto das famílias, e mesmo optando por produtos mais em conta, os donos de animais de estimação não deixam de oferecer produtos adequados para tamanho, idade e espécie”, prossegue o representante do Instituto Pet Brasil. Prova do interesse por pets é o crescimento do número de animais no Brasil, notadamente de gatos, répteis e pequenos mamíferos.
O mercado de varejo global teve valor de US$ 131,1 bilhões em 2019, alta de 5,21% em relação ao ano de 2018. Naquele ano, o valor movimentado foi de aproximadamente US$ 124,6 bilhões. As estimativas apontam que a população pet mundial é de aproximadamente 1,6 bilhões de animais. Dentre esses, cerca de 40% corresponde à população de peixes ornamentais.
Censo pet
A população pet no Brasil é de aproximadamente 141,6 milhões de animais, um crescimento de 1,70% frente a 2018, quando foram contabilizados 139,3 milhões de animais.
O número de cães no Brasil subiu 1,7% de 2018 para 2019, de 54,2 milhões para 55,1 milhões. Os gatos apresentaram crescimento declarado de 3%: de 23,9 milhões para 24,7 milhões de pets felinos. Peixes ornamentais cresceram 1,5% em número de população, de 19,1 milhões para 19,4 milhões de animais. Aves, 0,5%, de 39,8 milhões para 40 milhões. Répteis e pequenos mamíferos cresceram 4%, de 2,3 milhões e 2,4 milhões.
Empresas
A quantidade de empresas que atuam no setor pet brasileiro em 2019 foi de cerca de 252 mil estabelecimentos. A cadeia de distribuição (pontos de vendas como pet shops, consultórios e clínicas veterinárias, agrolojas e varejo de alimentos) correspondeu a 61,1% das companhias. O restante dos estabelecimentos é composto por indústrias (0,2%) e criadores (38,6%).
Nesse universo, o varejo pet especializado, ou seja, as pet shops, são 32 mil estabelecimentos. Dentre esses, a maior parte está na categoria de pet shop loja de vizinhança (79,6%), que se caracteriza por apresentar faturamento médio de R$ 60 mil a R$ 100 mil, possuir até quatro funcionários e oferecer cerca de 30% de cobertura do mix de produtos pet.
Canais de venda
Em 2019, as vendas de produtos do setor pet se concentraram no comércio especializado (80,5%). Já o comércio alimentar, que compreende estabelecimentos como supermercados, respondeu por 10,8% das vendas. O comércio eletrônico correspondeu a 3,7% das movimentações, e o comércio direto de animais pelo criador diretamente às famílias foi responsável por 5% das vendas.
O número de pontos de venda para produtos pet no Brasil superou 150 mil estabelecimentos. Dentre esses, cerca de 60% pertence à categoria do varejo alimentar. Os pet shops, representadas por lojas de grande porte, médio porte e de vizinhança também são expressivas, com participação de 20,7% (mais de 32 mil estabelecimentos).
Geração de empregos
Estima-se que o número de empregos do setor pet, considerando tanto o setor formal quanto o informal, foi mais de 2,4 milhões no Brasil. A ampla maioria desses empregos concentra-se nos criadores. Destaca-se ainda os setores da indústria e o especializado que compreendem empregos com maior qualificação e formalização: esses dois juntos representaram mais de 127 mil empregos em 2019, data do último levantamento de atividade econômica do setor pet.
(Fonte: Editora Stilo, 01 de dezembro de 2020)