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Quer apoiar uma causa? Saiba como escolher a que mais faz sentido para o seu negócio


“Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”. Recentemente, essas duas frases apareceram em uma campanha da Nike protagonizada pelo ex-jogador de futebol americano Colin Kaepernick. É uma mensagem que faz bastante sentido, principalmente se considerarmos que o atleta virou alvo de críticas após protestar contra o racismo nos Estados Unidos, ajoelhando-se durante a execução do hino nacional antes de várias partidas.

A estratégia da Nike, como era de se esperar, dividiu a opinião dos consumidores. Ao usar a imagem de Kaepernick dessa forma, a empresa passou a assumir uma postura em defesa às suas atitudes. Com isso, teve gente que elogiou a campanha nas redes sociais e teve gente que chegou a queimar produtos da Nike em protesto.

O que podemos aprender com esse caso? No mínimo, três coisas. A primeira é que se posicionar em relação a diversos assuntos da sociedade já é uma realidade entre as marcas e uma tendência cada vez mais forte no mercado. Já a segunda é que esse movimento realmente é capaz de gerar resultados positivos para um negócio. Apesar de afastar alguns consumidores, aproxima ainda mais outros, deixando a relação com eles mais próxima.

A terceira é que a Nike fez algo que nem todas as organizações poderiam imitar: ela assumiu um risco enorme, mas que, com certeza, foi cuidadosamente planejado. Afinal, o processo de escolher quais causas serão defendidas pela marca é delicado e vários aspectos precisam ser levados em conta.

No artigo desta semana, reunimos três desses fatores que um negócio precisa ter em mente.

Pense, em primeiro lugar, na sua missão

Para que a marca não passe a impressão de estar defendendo uma causa apenas para que essa decisão se reverta em lucro, o ideal é que ela escolha apoiar aquilo que de fato faz sentido para o seu negócio. Ou seja, a missão da empresa deve estar alinhada com a imagem que ela projeta para o público.

Isso significa que de nada adianta fazer campanhas a favor do feminismo, por exemplo, e não ter mulheres em cargos de liderança na equipe. Coerência é fundamental, ainda mais sabendo que consumidores têm cada vez mais acesso à informação e estão mais engajados.

Um caso que ilustra isso é o da empresa de plástico-filme Alpfilm. Ela não só busca conscientizar seus consumidores nas redes sociais sobre práticas saudáveis que evitem o desperdício, como promove uma importante ação social: na venda de alguns de seus produtos, meio quilo de comida é doado para a ONG Banco de Alimentos, que ajuda instituições sociais a combaterem a fome.

Escute o que a sua equipe tem a dizer

Antes de tomar decisões capazes de afetarem todo o negócio, por que não fazer uma pesquisa com os integrantes do seu time? Ouvir a opinião deles sobre causas que merecem ser apoiadas pode ser positivo de várias maneiras. Não só eles se sentirão incluídos, como você poderá notar pontos de interesse em comum que devem ser priorizados.

Além disso, funcionários unidos podem ser um diferencial enorme, especialmente para criar relações de longo prazo com a comunidade em que eles atuam. Por meio do Instituto C&A, por exemplo, vários profissionais da organização passaram a integrar um time de voluntários e a usar o próprio horário de trabalho para ajudar diversas instituições.

Escolha com sabedoria

Defender certas causas pode afetar negativamente a imagem de uma empresa, gerando prejuízos financeiros. Por isso, é importante pensar nos impactos econômicos que ações desse tipo podem dar origem. Afinal, o objetivo da empresa deve ser sempre o de atingir os melhores resultados possíveis com o menor custo.

Um bom exemplo nesse sentido, e que apareceu recentemente na nossa página no Facebook, é o da embalagem de água AMA, que se propôs a reverter 100% do seu lucro para projetos que levam água para a casa de várias famílias do semi-árido nordestino.

A decisão inovadora de doar os lucros em sua totalidade foi possível não só porque a Ambev tem um força enorme no mercado e é capaz de viabilizar projetos como esse, mas porque fez, com cuidado, os cálculos sobre o preço que deveria ser cobrado pelo produto: 45% do valor para produção e transporte, 25% para impostos e 5% para vendas e marketing, deixando 25% para o lucro que será repassado.

Apoiar causas e trabalhar para o desenvolvimento da sociedade deve ser uma estratégia pensada e bem estruturada. Se isso acontecer corretamente, a empresa ganha destaque entre consumidores e ainda vira exemplo para outras.

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