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Segmento de saúde e beleza é um dos mais promissores do e-commerce brasileiro


Desde o início da pandemia da Covid-19, o e-commerce no país vive um crescimento exponencial. Segundo dados do último relatório da Neotrust, o comércio eletrônico nacional faturou mais de R$126 milhões. Quando comparada à performance do segmento entre os anos de 2019 e 2020, o resultado mostra um crescimento de 68%.

Vale o destaque para o número de pedidos dos produtos de Saúde, Beleza e Perfumaria que, entre 2019 e 2020, teve um acréscimo de 14,4%. Além disso, a categoria faturou 5,7% a mais do que o ano anterior.

Sendo o segmento que apresentou um volume de pedidos  de 43,4 milhões e com faturamento de 7,2 bilhões em 2020, o setor tem papel relevante no comércio eletrônico nacional.

Para Thaís Vicente, Líder de Estratégias e Insights da Lett, startup de tecnologia e especialista em Trade Marketing Digital, a pandemia teve um forte impacto no crescimento das vendas do segmento que já se mostrava em expansão.

“No lockdown, o varejo de perfumaria entrou como item não essencial, por isso foi fechado. Nesse sentido, o consumo e a jornada do shopper foi transformada. Então, para o profissional de beleza ou para a pessoa que gosta de se cuidar em casa, a única fonte de compra se tornou o e-commerce”, explica Thaís.

Em 2020, segundo dados da Neotrust, os itens mais procurados pelos consumidores digitais foram: produtos para cabelo com 32%, perfumaria com 16%, medicamentos com 13%, itens de barbearia com 8,2% e maquiagem com 5,5%.

Para 2021, as projeções para o segmento também são otimistas: a Neotrust prevê um crescimento de 23% e faturamento de R$ 8,1 bilhões em relação à 2020.

Os principais desafios do segmento de beleza no e-commerce

Mesmo com o mercado aquecido e em forte expansão, o e-commerce de  beleza e saúde tem alguns desafios. Uma das maiores dificuldades apontadas para o ramo é o de tornar a venda mais humanizada. Sem o vendedor presencial o consumidor fica impedido de testar o produto ou sentir a fragrância de um perfume. No entanto, a própria tecnologia vem sendo usada como aliada para aproximar produto e consumidor final no e-commerce.

“As famosas beauty techs têm desenvolvido ferramentas de interação desse shopper através do e-commerce. A marca de maquiagem Maybelline, da L’oréal, lançou uma plataforma online de realidade aumentada (Virtual Try It On), no qual é possível testar a cor da base para encontrar o produto ideal para a sua pele”, explica Thaís.

A especialista também cita a inteligência artificial como aliada da experiência de compra dos e-shoppers. Segundo Thaís, já existe uma tecnologia desenvolvida para dermatologistas, na qual o cliente consegue fotografar o seu rosto e receber na hora a informação do produto ideal para tratar a pele.

“Estamos falando de categoria com ticket médio alto e o consumidor brasileiro não pode errar. Ainda é um desafio, mas muitas indústrias usam a tecnologia para desenvolver e facilitar a jornada do consumidor”, frisa a profissional.

Os profissionais da área também citam estratégias com influenciadores como uma forma de aproximação com os consumidores, além de investimentos em conteúdo completo nas páginas de produtos.

Segundo os dados de 2020 do E-commerce Quality Index de 2020, o EQI, pesquisa que avalia as informações dos produtos nos principais sites do Brasil, o conteúdo digital é outro desafio do segmento de beleza digital no país.

No Brasil, pelo menos 92% dos e-commerces de Saúde, Higiene e Beleza apresentam algum tipo de problema de informação na página de produto. O critério de pior performance dos sites do segmento foi o baixo número de avaliações e comentários dos consumidores nas páginas de produtos, seguido pelas descrições das mercadorias online que na grande maioria estão incompletas.

(Fonte: Cosmetic Innovation, 15 de março de 2021)

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