Setor de embalagens cresce e movimenta mais de R$ 80 bilhões em 2019
23/03/2020
A produção física de embalagens cresceu 3% no ano de 2019, após avançar 1,9% e 2,6% em 2017 e 2018, respectivamente. Os dados são do Estudo ABRE Macroeconômico da Embalagem e Cadeia de Consumo no Brasil, sob a chancela do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), que foi divulgado no último dia 18 para todo o setor. O valor bruto da produção física de embalagens tem previsão de atingir o montante de R$ 80,2 bilhões, um aumento de 6,5% em relação aos R$ 75,3 bilhões alcançados em 2018.
Os resultados positivos foram influenciados por algumas das principais indústrias usuárias de bens de consumo, especialmente em dois importantes segmentos que são considerados os principais clientes das indústrias de embalagem: alimentos com alta de 1,6% diante de uma queda de -5,3% em 2018 e bebidas que cresceu 4,0% no ano passado.
Dentro da produção física de embalagens por classes, as embalagens de vidro e metálicas se destacaram com os maiores índices de incrementos em sua produção, com crescimento de 12,2% e 6,1%, respectivamente. As embalagens de madeira foram as únicas a apresentarem retração em sua produção física. Os bons resultados do setor também influenciaram o nível de emprego na indústria de embalagens, que atingiu, em dezembro de 2019, um total de 223.280 mil postos de trabalho, um crescimento de 1,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para 2020, o cenário ainda é incerto. A pandemia de coronavírus tem provocado abalos nos mercados globais, nas cadeias globais de suprimentos e na atividade econômica como um todo. De acordo com Aloisio Campelo Junior, Superintendente de Estatísticas Públicas do IBRE/FGV e responsável pelo Estudo “em um cenário mais conservador, o PIB pode crescer algo próximo a 1% e a indústria de embalagem 0,6% em 2020. Mas certamente qualquer recuperação virá no segundo semestre. E se o trabalho de saúde for bem feito, em junho, julho podemos voltar à normalidade. Os investimentos tendem a desacelerar. Mesmo assim, o cenário da inflação continua benigno. Mas certamente a incerteza será um fator preocupante”.
Além da Covid-19 outras ameaças ao cenário base são a instabilidade do petróleo, a descontinuidade da agenda de reformas e o aumento da incerteza política e fiscal. A indústria de transformação deve crescer apenas 0,8% em 2020. O Efeito Argentina tem exercido papel de destaque no mau desempenho da transformação nos últimos anos. Este setor será o mais afetado pelo choque do coronavírus.
(Fonte: Centro de Informações / Marketing ABRE, 16 de agosto de 2019)