PET reciclado elimina antibióticos que passam pelo tratamento de água
18/05/2020
Pesquisadores coreanos desenvolveram uma técnica que permite transformar garrafas PET em um dos materiais mais eficientes conhecidos até hoje para lidar com as superbactérias, cepas que se tornaram resistentes a múltiplos antibióticos.
Uma das grandes causas do desenvolvimento e proliferação das superbactérias está nos antibióticos não processados pelo organismo de humanos e animais, o que faz com que esses medicamentos cheguem em quantidades consideráveis às águas que são tratadas e voltam para o consumo humano.
Existem filtros capazes de eliminar esses antibióticos, feitos das chamadas estruturas metal-orgânicas, ou MOFs, compósitos de carbono com poros extremamente pequenos, capazes de reter as moléculas dos medicamentos. Mas esses filtros ainda não são utilizados em larga escala porque são caros demais.
O que Ju-Myung Kim, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia, percebeu é que o plástico PET (polietileno tereftalato) é um composto obtido pela polimerização do etileno glicol e do ácido teraftálico – e o ácido teraftálico é o ligante orgânico essencial para a fabricação dos MOFs, e o grande responsável pelo seu elevado custo.
Filtro magnético
Kim então desenvolveu uma técnica para extrair esse ligante orgânico de alta pureza a partir de garrafas PET enviadas para reciclagem.
A seguir, ele usou a matéria-prima para sintetizar um material adsorvente de alta eficiência – um MOF à base de ferro, que se mostrou capaz de remover efetivamente antibióticos da água de uma maneira ambiental e economicamente benéfica. O material removeu 100% do medicamento tetraciclina presente na água em cerca de 90 minutos.
O MOF à base de ferro foi usado como precursor para dar magnetismo ao material adsorvente. Dessa forma, a equipe conseguiu desenvolver um material ecológico que pode ser facilmente separado da mistura após o processo de adsorção, usando um campo magnético externo.
“Este composto de carbono poroso é aplicável a uma ampla gama de áreas de tratamento de água, uma vez que utiliza resíduos de plásticos para reaproveitamento e mantém suas altas propriedades de adsorção, mesmo após repetidos ciclos de uso,” disse o professor Jung Kyung-won.
(Fonte: Site Inovação Tecnológica, 12 de maio de 2020)